DESENVOLVIMENTO DE LÍDERES


"Não me aceite como eu sou!"

30/08/2012 00:00

 

Até que ponto nossa capacidade, funcionamento e eficiência são definidos por nossa carga genética, nossas histórias de vida, deficiências físicas, origem social ou diferenças culturais?

 

Estes fatores, sem dúvida, influenciam nosso desenvolvimento, mas não são, segundo o psicólogo e educador Reuven Feuerstein, os fatores preponderantes no desenvolvimento cognitivo e emocional do indivíduo. Para ele o que mais influência nossa capacidade de adaptar-nos e crescer é a quantidade e qualidade de Experiências de Aprendizagem Mediada a que estivemos sujeitos. 

 

Feuerstein fala sobre isso com grande conhecimento de causa, pois, quando imigrou para Israel, dedicou-se à educação de adolescentes sobreviventes do Holocausto. Estes adolescentes, devido às experiências vividas, apresentavam carências cognitivas muito semelhantes aos indivíduos com deficiência mental. Podemos imaginar também suas carências emocionais.

 

Feuerstein e sua equipe desenvolveram um programa de intervenção cognitiva (Programa de Enriquecimento Instrumental) que é hoje usado no mundo todo tanto para desenvolvimento de pessoas com problemas mais sérios de aprendizagem, quanto para desenvolvimento de pessoas ditas normais, super dotados, adultos, idosos. Definiram também 12 princípios fundamentais que os pais, mães, professores, líderes, colegas devem utilizar conscientemente para estruturar uma relação educativa eficaz.

 

O conceito de “modificabilidade” cunhado por Feuerstein é hoje comprovado por estudos da neurociência que demonstram a plasticidade cerebral. Não há mais dúvidas então de que as pessoas podem desenvolver-se sempre. O problema é que muitas vezes as empresas não têm tempo para esperar este desenvolvimento e, quando alguém não está mais atendendo, trocam-na por outra do mercado.

 

Mas, o que fazer em um ambiente em que nem sempre se encontram substitutos para aqueles que não estão atendendo? Não há tantas pessoas preparadas no mercado e os resultados do Ideb, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica do Brasil, mostram que, a menos que algo seja feito a respeito rapidamente, esta situação vai continuar assim por muito mais tempo.

 

Restam as empresas então investir em desenvolvimento de pessoal através de educação continuada, treinamento, coaching.

 

Trabalhando como coach e consultora de RH, recebo inúmeros pedidos de empresas que querem que transformemos um chefe (que não valoriza a equipe, que não a ouve, que é extremamente autoritário) em um verdadeiro líder, capaz de obter o comprometimento das pessoas para obter resultados extraordinários.

 

Não há nada de errado com este pedido! Eu sinceramente acredito e já presenciei resultados impressionantes de desenvolvimento humano!

 

Mas acredito cada vez menos em fórmulas mágicas, em mudanças extraordinárias prometidas por programas de curta duração.

 

Acredito em intervenções sistêmicas: as pessoas precisam querer mudar, além disso, elas precisam do conhecimento e do apoio necessário para conseguirem mudar.

 

O querer mudar muitas vezes vem de feedbacks de pares, líderes, subordinados, mercado.

 

Em Programas de Educação Continuada e Treinamentos muitas vezes adquirimos conhecimentos.

 

Mas, quando estes não são suficientes para gerar as mudanças necessárias, a utilização de alguns instrumentos do Programa de Enriquecimento Instrumental de Reuven Feuerstein e processos de coaching bem conduzidos podem fazer muita diferença!  

 

 

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