DESENVOLVIMENTO DE LÍDERES


Em busca de sentido

14/06/2014 19:14

 

Às vezes nos sentimos impotentes diante da complexidade dos problemas atuais: violência; instituições falidas; crise de valores; adoecimento social; trabalhos sem significado, consumismo desenfreado, etc..

 

Quando analisamos a situação mais de perto, é difícil encontrar quem esteja satisfeito neste contexto - os ditos “opressores” e “oprimidos” trocam de posições constantemente na realidade fluida em que vivemos. Estão todos infelizes!

 

Podemos sempre buscar soluções individuais para lidar com o nível de frustração corrente que passam por terapia, coaching, meditação, ioga, atividade física etc..

 

Podemos também buscar soluções sistêmicas que ajudem o homem a questionar o sentido da vida e repensar suas instituições, o sistema educacional, familiar, de trabalho, econômico...

 

Independente de nossas escolhas, as soluções passam sempre por um aumento do nosso nível de consciência. Não somos tão impotentes como às vezes nos sentimos, nem tão onipotentes quanto alguns querem crer - somos potentes.

 

No livro “Os sete hábitos das pessoas muito eficazes”, Covey diz que devemos classificar os problemas em três categorias: controle direto (que envolvem nosso próprio comportamento); controle indireto (que envolvem o comportamento dos outros); e controle inexistente (problemas em que não podemos interferir).

 

Se gastarmos nosso tempo e energia resolvendo problemas que estão sob nosso controle direto, aumentaremos nossas chances de influenciar na solução de problemas que estão sob nosso controle indireto. Se, por outro lado, focarmos naquilo que não podemos resolver, só aumentaremos nosso sentimento de impotência.

 

Estejamos conscientes disso ou não, temos um poder de influência muito maior do que pensamos – influenciamos familiares, amigos, colegas de trabalho e pessoas que nem imaginamos, no mundo conectado em que vivemos. A questão é descobrir como tem sido essa influência e fazer com que ela esteja a favor daquilo que acreditamos.

 

Em entrevista[1] a uma jornalista sul africana, Viktor Frankl[2] comentou sobre uma conversa que teve com um companheiro no campo de concentração. O homem lhe disse que não esperava mais nada da vida.  Naquele momento, Viktor Frankl teve a ideia de perguntar àquele homem o que a vida podia esperar dele. Essa simples pergunta mudou a perspectiva do mesmo - lembrou-se de coisas que poderia fazer por outras pessoas, trabalhos que tinha a concluir.

 

Enquanto estivermos ensimesmados (voltados para nós mesmos) dificilmente encontraremos sentido na vida. Não descobriremos nosso poder para lidar com a complexidade. Nosso poder não está apenas em nós mesmos – está em nós e em nossas conexões para buscarmos soluções individuais e sistêmicas para nossa realidade.

 

 



[1] Youtube: Entrevista com o Dr. Viktor Frankl – A descoberta de um sentido no sofrimento.

[2] Médico psiquiatra austríaco, fundador da escola da Logoterapia, que explora o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência – 03/1905 – 09/1997.

 

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